Ontem na escola uma colega perguntou-me se sabia quais as regras para dar gorjeta e a que pessoas normalmente se dá gorjeta tanto em viagens como em restaurantes. A minha resposta baseia-se tanto nas normas aplicadas pela minha mãe e nas aprendidas em Espanha, aonde etiqueta é parte do dia-a-dia.
Numa viagem deve-se dar gorjeta a:
- Hotel Concierge: É importante estabelecer um aboa relação com o hotel concierge por isso sempre que chega a um hotel dou uma gorjeta de aproximadamente $20 por cada dia da minha estadia, dar a gorjeta no acto de chegada faz com que o concierge se esforce muito mais do que o normal e vai-lhe arranjar mesa nos melhores restaurantes, melhor chauffer e tudo o que necessitar numa nova cidade. Quando volto a um hotel contacto o ´meu´concierge e muitas vezes fui ´upgraded´para uma quarto com melhores vistas graças a boa relação e sem custo adicional.
- Chefe das governantas : Como os meus país sempre viajaram com as 3 meninas a minha mãe sempre dava uma gorjeta ao pessoal de limpeza pois ao viajar com crianças a desordem é inevitável e ao receber um estimulo os nossos quartos de hotel sempre estavam em ordem e o pessoal de limpeza sempre disponivel a qualquer hora do dia.Em vez de dinheiro a minha mãe sempre oferecia uma lembrança, normalmente coisas que eles normalmente não têm possibilidade de comprar, uma garraja de whisky, um bom perfume, etc.
- Mâitre de restaurante: Nos restaurantes que frequento com certa assiduidade mantenho sempre uma relação com maître e a gorjeta é de $40 a cada dois meses, isso garante sempre a melhor mesa, reserva em cima da hora e um serviço ainda melhor que o prestado normalmente, além disso peço sempre o cartão do maître e deixo o meu garantindo com isso serviço acima de fabuloso.
- Garçom de restaurante: Por norma a gorjeta para o garçom é de entre 15% e 20% do total da factura, em alguns restaurantes vem incluido no valor total da factura . Quando convido muita gente para jantar (apartir de 8 pessoas) dou uma gorjeta acima do normal pelo esforço levado a cabo pelo garçom assim se a factura for de $1 000 ( o que não é raro em Luanda) dou uma gorjeta de aproximadamente $250. Nunca se esqueça de dar gorjeta ao garçom pos a ele não custa nada adicionar algums fluidos corporais ao seu copo na sua próxima visita :-).
- Garçom de casamento: Apenas agora em Dezembro apercebi-me que os eventos em Luanda (galas, casamentos, etc) normalmente têm déficit de pessoal de mesa o que faz com que algumas pessoas esperem muito tempo para ser servidos, ao ver esta situação perguntei a uma amiga como é possivel as pessoas terem de levantar-se para buscar bebidas e ela disse que a solução é logo que se sentar a mesa chamar um garçom a quem se dá entre $30 e $50 e com isso garantir atendimento personalizado e copos cheios a noite toda. Gostei da ideias pq nem todas as pessoas são sentadas nas mesas vip´s e fica aqui esta sugestão.
Vale também referir que todas estas gorjetas vão acompanhadas de um cartão de agradecimento, dando assim um toque mais pessoal. A tudo isso adicione o seu charme pessoal, um grande sorriso e a sua boa educação garantido sempre o melhor serviço.
Maria Liberdade
Ainda bem que vivo num mundo em que esta "divisão" existe cada vez menos e as pessoas são substancialmente remuneradas pelo seu trabalho e não pela atenção que dispensam ao "marajá" do momento... (ainda que o valor da remuneração pareça diminuto e os muito, muito ricos pareçam cada vez mais por influência mediática ser seres da Via Láctea...)
ResponderEliminarPequenas gorjetas e lembranças, um agradecimento ou gentileza sinceros, por escrito ou mais informal, ainda vá lá. Tenho por hábito fazê-los porque são justos para quem trabalha e nos dedica o melhor que sabe da sua profissão, agora alguns dos valores aqui descritos são pornográficos (é mesmo o termo) em qualquer país do mundo e em Luanda em particular. Aliás, parecem mais "comprar" a paz de espírito de não se ser vítima de perfídias de quem "nos serve" - também não gosto deste termo - ou garantir passar à frente de quem não pode dispor da mesma capacidade de "pagar". Perde-se assim o puro objectivo inicial de agraciar o trabalho de quem merece.
Uma divisão de pessoas pelo dinheiro de que podem dispor é sempre desprezível face aos valores de equidade de dignidade a que todos temos direito. Isto é válido para arrivistas "nouvelle vague" ou para quem tem, supostamente, berço, tomou e espero que continue a tomar, chá.
JCL